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Nos finais de semana a USP recebe praticantes de diversos esportes. Entre as atividades físicas lá praticadas, destacam-se a corrida de rua e o ciclismo, que notoriamente têm o maior número de adeptos. No último sábado (03), no período da manhã, eu e mais onze pessoas estivemos por lá para testar o novo tênis da Mizuno, o Wave Prophecy.

Corremos em volta da raia da USP por 4,5 km e logo percebemos o diferencial do Prophecy: o tênis possui um design arrojado, que nos impulsiona a cada passada. Esse resultado se deve às duas placas wave, que vão do calcanhar até a ponta dos pés, absorvendo o impacto da pisada e transformando-a em impulsão. Particularmente, aprovei também a parte interior do tênis que é bem macia e se encaixou perfeitamente ao formato do meu pé, dando firmeza, estabilidade e conforto para correr.

Gostaria, é claro, de testá-lo numa distância maior. Quem sabe eu tenha  a oportunidade de fazê-lo em breve. Contudo, a impressão inicial foi positiva.

Obrigado ao pessoal da Mizuno, ao Vicent Sobrinho (corredor que me indicou para o teste) e aos outros participantes pela agradável experiência!

Até breve!

Na última quinta-feira, dia 1° de setembro, os apreciadores da corrida de rua receberam um duro golpe ao serem informados sobre a mudança no trajeto da corrida de São Silvestre. O percurso continuará tendo 15 quilômetros, porém, a chegada não será mais na avenida Paulista, mas sim em frente ao Obelisco do Ibirapuera.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o objetivo da mudança é evitar que os atletas se encontrem com o público que está indo para a festa do Réveillon da Paulista. Quem acompanha de longe, até pensa ”ah, legal, a chegada vai ser em frente ao parque do Ibirapuera, em meio ao verde, próximo da natureza! Que ótimo!”.

A situação não é bem essa, no entanto. A alteração no trajeto é mais uma da série de mudanças que vem descaracterizando a tradicional prova que, desde 1966, é realizada com chegada e largada na avenida Paulista. Vale lembrar que, na edição anterior, a organização da prova foi alvo de críticas pela medida polêmica de entregar antecipadamente as medalhas de participação.

Já pratiquei diversos esportes e realmente lamento por quem concorda que se deva receber uma medalha antes de efetuar sua participação numa competição. A organização está, novamente, desrespeitando nove décadas de tradição. Achava inimaginável visualizar uma chegada da São Silvestre fora da avenida Paulista e, infelizmente, neste ano, isso deve ocorrer.

Contudo, resta uma esperança, já que os organizadores ainda não confirmaram a mudança. Tudo bem, mudanças acontecem, mas são bem-vindas quando necessárias para a melhoria o evento. Não é o que ocorre neste caso. Conversando com corredores mais antigos, tive essa percepção que externo aqui.

Comecei a correr a pouco tempo, e sempre desejei participar da São Silvestre, que cresci vendo pela televisão, com saída e chegada na avenida Paulista. Ainda pretendo correr a São Silvestre, mas somente quando estiver melhor preparado. Entretanto, tendo contato com competidores que já vivenciaram diferentes fases da prova, compreendo essa revolta sentida por eles.

Até mesmo os competidores de elite, apesar de expressarem isso moderadamente, têm suas ressalvas com a alteração. “É um pouco chato trocar a chegada, porque o percurso era o mesmo há muitos anos e um pouco da tradição vai ser perdida”, disse o tricampeão da São Silvestre, Marílson Gomes do Santos, em entrevista ao site WebRun.

Outro fato negativo, que advém da alteração, é a possibilidade de um menor público presente para incentivar os atletas no final, já que as pessoas que chegavam com antecedência para a festa da virada também aproveitavam para torcer, tornando o evento ainda mais bonito. Além disso, era bem mais fácil para os competidores e público sair do evento utilizando as estações de metrô da Paulista.

Desabafo publicado, agora só me resta esperar para que este não seja mais um passo rumo à derrocada da tradicional corrida de São Silvestre.

No domingo 12/06/11, num frio danado, às 5h da manhã, em pleno dia dos namorados, acordei para uma tarefa aparentemente ingrata: correr. Mas não era uma simples corrida, era ‘apenas’ a minha estreia em corridas de rua. E para piorar tudo, eu mal havia treinado para poder me preparar. Apesar do temor em fracassar por não haver treinado o suficiente, mesmo assim fui encarar os 5 km que seriam disputados no Parque do Trote, na Vila Guilherme, zona Norte de São Paulo. Talvez, meu maior incentivo tenha sido não decepcionar a todos a quem falei que iria correr; principalmente os familiares, e a meu mestre e incentivador, Vicent Sobrinho.

Acompanhado de minha namorada, cheguei no parque às 7h10, sendo que a competição teria início às 8h. O frio parecia ter aumentado. Por isso, resolvi me alongar e fazer o aquecimento apenas quando faltavam 15 minutos para o início da prova. O local estava repleto de pessoas que iriam correr os 5k ou fazer a caminhada de 2,5km, eventos do Circuito Popular de Corrida de Rua, realizado em várias subprefeituras da cidade pela Prefeitura de São Paulo. Por volta das 8h, finalmente a organização da prova ordenou que os corredores se posicionassem na linha de largada.

Não tentei me posicionar entre os primeiros da fila porque minha intenção era correr o tempo todo num ritmo moderado, sem querer fazer disputas iniciais com os mais velozes. Finalmente foi dado o sinal para largar e, pela primeira vez, senti a sensação de disputar uma corrida. Já pratiquei vários esportes em meus 24 anos de vida, como a capoeira, tênis, vôlei, basquete e principalmente futebol, entre outros. A sensação de correr é bem diferente de todos essesExaustão na chegada. esportes. Na corrida, você tem que superar a si mesmo, se desafiar, para depois, quem sabe, superar as outras pessoas. E sem dúvida, eu estava me desafiando naquele momento. Era mais um entre 2 mil corredores, e só pensava em manter um ritmo constante e esquecer que havia fracassado em um treino no dia anterior, quando corri apenas 2,5 km, tentando me preparar para a prova.

Analisando agora, percebo que meu início foi até puxado, num ritmo bom, se comparado ao restante da prova. Nos dois primeiros quilômetros, fui muito bem. Porém, a partir daí, o percurso nos levou até o asfalto de uma rua vizinha ao parque, onde passei a correr mais lentamente. Comecei a sentir cansaço e a torcer para encontrar a placa que marcaria 3°km; o que não aconteceu. Ao contrário dos dois primeiros quilômetros, a placa de 3km não foi colocada. Na sequência, com alívio, já de volta ao piso de terra de dentro do parque, avistei a placa de 4km. Nesse momento, eu estava num ritmo lento e um corredor passou por mim e perguntou se já íamos para o último quilômetro. Respondi afirmativamente e, vendo que ele estava marcando o tempo em seu relógio, não resisti e perguntei quanto minutos de corrida já haviam transcorrido. Ele me respondeu que já estávamos com 19min. de prova, e passou a correr num ritmo que não consegui acompanhar.

Último quilômetro. Ao ultrapassar a placa de 4km, um misto de alegria (pois sabia que completaria a prova) com lamentaçãoMinha primeira medalha. (um pensamento de ‘poderia ter feito ainda melhor se tivesse treinado mais’), dominou minha mente. No 4°km, corri os 700 metros iniciais lentamente, pois estava muito cansado, apesar de não suar copiosamente – graças ao frio, imagino. Quando faltavam uns 300 metros, dois corredores me ultrapassaram. Um deles disparou, e era impossível alcançá-lo. O outro estava quase no mesmo ritmo que eu, e tratei de fazer um esforço final e correr o máximo que pude para ultrapassá-lo; e ufa, consegui!

Completei a prova em 23min11s, e fiquei na 306° colocação no geral, com o 26° melhor tempo na categoria 25 a 29 anos. O vencedor da prova cruzou os 5km em 15 minutos. Antes da corrida, imaginei que, se não desistisse, faria a prova num ritmo de 5min. por km. Porém, tudo saiu melhor que o planejado. Após o último esforço, cruzei a linha de chegada, levantei as mãos para o alto e pensei comigo mesmo: consegui! Em seguida, dei um beijo e um abraço em minha namorada, que usou alguns atalhos no parque para me fotografar durante a corrida.

Estava exausto, mas feliz! Após uns 5 minutos para recuperar o fôlego, me levantei e fui buscar minha primeira, sofrida e sonhada medalha de participação. Ela é linda! Mais bela que qualquer uma que eu tenha recebido no futebol. Que seja só a primeira. Que venham muitas outras.

Por Tiago Araújo